#SOBREVIVEMOSMG - José Maria

“O tratamento é muito agressivo, e você está sozinho, sem acompanhantes e sentindo muita dor”

Caminhoneiro no Sul de Minas, José Maria Pereira, de 56 anos, começou a sentir calafrios ainda na estrada, em 13 de maio, quando viajava entre as cidades de Três Corações e Amparo, em São Paulo. “Estava um calor muito forte e, de repente, senti um frio intenso. Pensei que se tratava de um resfriado”, recorda. José passou a sentir dores pelo corpo e achou melhor voltar para casa, onde se deitou e só levantou para ser internado.

Quando voltou para casa, ele começou a sentir falta de ar. A dificuldade aumentava com o passar das horas e, depois de dois dias se sentindo muito mal, ele foi para o hospital municipal da sua cidade, em Boa Esperança. “Lá fiquei dois dias internado e respirando com a ajuda de um balão de oxigênio.”

José Maria foi encaminhado para o Hospital de Varginha, onde o teste para a Covid-19 deu positivo. O caminhoneiro ficou 29 dias na unidade de terapia intensiva (UTI), tempo suficiente para ele se sentir depressivo e ter medo de não sobreviver. “Estava consciente, mas chorava muito, todos os dias. O tratamento é muito agressivo, e você está sozinho, sem acompanhantes e sentindo muita dor. É muito triste”, diz.

Ele chegou a acreditar que não sairia vivo do hospital e, por isso, quando conseguiu um telefone celular, ligou para a sua família. “Eu liguei para a minha casa, já desistindo. Chorava muito”, lembra, ressaltando que chegou a pensar que seria intubado, mas, felizmente, não precisou.

José respirou com ajuda de balões de oxigênio e, no dia de 3 junho, recebeu alta. A família o esperava no hospital e comemorou a sua saída. “Eu sobrevivi”, reforça, orgulhoso de ter sido recebido com festa por seus familiares. “Essa é uma doença muito perigosa, só quem passou sabe o que é”, diz.

José conta que seu filho, de 22 anos, também foi contaminado pelo vírus na mesma época. “Mas com ele, o quadro foi diferente. Teve só uma febre leve e nada mais”, afirma. José é diabetes e diz que a doença estava controlada quando foi vítima da covid-19.

Todo cuidado é pouco

“Confesso que brinquei. Acreditava que o coronavírus era uma gripe qualquer, mas não é. É um vírus muito violento”, alerta, dizendo que depois de recuperado, continua tendo que “matar um leão por dia”. “Ainda não estou 100%, a melhora é gradativa. ”

“As pessoas devem se cuidar muito. Lavar as mãos, usar máscaras, não ficar perto das pessoas. Ninguém tem uma estrela na testa para saber se tem ou não coronavírus, por isso, é importante o distanciamento. Cada um tem que cuidar de si”, aconselha.

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