#SOBREVIVEMOSMG - Elisana

“Não sabemos quem vai se complicar. Se serei eu, meu vizinho, minha amiga, meu filho. É real e desesperador”

Embora o novo coronavírus seja uma realidade com a qual os brasileiros estão convivendo desde março, ter um teste positivo para o vírus assusta. “É desesperador. No momento em que você pega o exame, você pensa: será que vou morrer? Será que terei que ser internada?  Quem lá em casa pode se complicar? ”, comenta a psicóloga Elisana Nascimento Santos, de 42 anos.

Funcionária da rede pública de saúde do município de Jaboticatubas, ela conta que, em junho, ela e seu bebê, de 1 ano, foram contaminados. Uma tia do seu filho foi infectada, os avós e pai da criança também. “Desde que a tia dele começou a ter sintomas, todos se comportaram como se ela já estivesse com a doença. Então, eu e o meu bebê nos isolamos”, conta Elisana.

Ela sentiu dor no corpo, na cabeça, na perna e coriza. “Como moro com a minha mãe que tem quase 70 anos e com mais um filho de 10 anos, já estava em isolamento quando os sintomas apareceram. Andava de máscara pela casa, ficava somente em um cômodo”, diz. O bebê, que havia tido contato com a família paterna, teve febre e coriza durante um dia. “Quando o vi com esses sinais, fiquei muito preocupada. Há crianças que complicam.”

As duas famílias, a de Elisana e a do pai do bebê, foram acompanhados pela médica do posto de saúde da cidade e, de acordo com Elisana, alguns manifestaram a forma mais grave da doença, mas ninguém precisou de ser internado.  Apesar disso, ela comenta que o psicológico de quem recebe positivo para a covid-19 é afetado.

Além do medo de uma piora no quadro, Elisana destaca que há também o receio após passados os 15 dias dos primeiros sintomas. “Agora, depois de dois meses, estou conseguindo falar sobre isso com mais segurança e dizer que eu venci a covid. Antes, eu não sabia o que poderia acontecer comigo mesmo depois de os sintomas terem passado”, conta.

Por ser um mal pouco conhecido, Elisana diz que as incertezas sobre o vírus são preocupantes. “O meu olfato ainda não está 100%, nem a resistência física. A covid-19 traz sequelas e ainda vamos conhecer. Tenho visto idosos que se recuperaram com complicações na saúde, mais debilitados e hipertensão descompensada. Acho que, depois da vacina, vamos viver uma nova fase na saúde pública.”

Por isso, ela aconselha a todos a se cuidar. “Se não pensarmos nos outros, podemos fazer um estrago muito grande. Não sabemos quem vai se complicar. Se serei eu, meu vizinho, minha amiga, meu filho... É real e desesperador”, diz.

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