#SOBREVIVEMOSMG - Brígida

“Aparentemente eu estava muito bem, mas por dentro eu estava um estrago”

No dia 8 de setembro, Brígida de Fátima Batista Gomes, de 40 anos, colocou um vestido amarelo para sair do Hospital Regional do Sul de Minas, em Varginha. A cor, segundo ela, representou a alegria e o alívio de sobreviver à covid-19, depois de oito dias de internação. “Sai com o coração repleto de gratidão a Deus, à Nossa Senhora Aparecida, aos amigos, a familiares e à equipe de saúde do SUS”, comemora Brígida.

Sem comorbidades e com histórico de uma vida saudável, com boa alimentação e exercícios físicos, Brígida trabalha no setor de lavanderia do Hospital Municipal Bom Pastor, em Varginha. No dia 21 de agosto, acordou indisposta, com dor de cabeça e mal-estar. No outro dia, já não sentia o gosto nem o cheiro das coisas. “Como tínhamos feito uma faxina no hospital dias anteriores, suspeitei que fosse alguma alergia. No entanto, os sintomas não melhoravam e eu procurei ajuda.”

Com dores fortes nas costas e como a perda do paladar e do olfato persistia, Brígida entrou em contato com um médico com quem trabalhou e ele a orientou procurar assistência. “Com o raio-X, descobriram que eu estava com embolia pulmonar, uma complicação do novo coronavírus. Fui transferida para o Hospital Regional do Sul de Minas”, recorda.

Brígida testou positivo para o vírus. “Se eu não tivesse corrido em busca de atendimento, estaria morta”, ressalta, detalhando que, ao chegar ao hospital, foi medicada e colocada no balão de oxigênio para alívio da dor. “Eu estava muito desesperada e, com essas medidas, consegui dormir. As enfermeiras, fisioterapeutas e médicos foram muito atenciosos e carinhosos comigo. E não era porque sou da área da saúde, eles agiram assim com todos os pacientes”, diz.

Brígida ficou oito dias internada em leitos de enfermaria do hospital regional. “Aparentemente eu estava muito bem, mas por dentro eu estava um estrago”, diz, lembrando que o que lhe deu força nesse tempo foram as orações, as ligações que recebia dos amigos, colegas e familiares.

 “A covid me ensinou a dar valor para as pessoas que estão ao nosso redor. Eu recebi muitas mensagens e telefonemas até daqueles que eu achava que não gostavam de mim.  A covid aumentou a minha percepção para o outro”, orgulha-se. No dia 8 de setembro, Brígida saiu do hospital para continuar o tratamento em casa. Recebeu atestado de 30 dias e, quando deu esta entrevista, ainda estava sendo medicada e em isolamento domiciliar.

“Tenho tomado medicações para o pulmão, faço exercícios respiratórios e caminho durante 20 minutos, mas ainda estou cansada. Para quem não gostava de tomar nem analgésico, não sei como vai ser a minha vida daqui para frente”, afirma, comparando o seu quadro com o de outra colega, que tem comorbidades e desenvolveu sintomas leves ao ser infectada.

“Por isso, todos têm que se cuidar. Essa doença não vai passar agora. Acredito que venha para ficar dois anos. A nossa vida precisa voltar ao normal, mas vamos ter que nos adaptar a um ‘novo normal’”, aconselha.

Por: Luciane Evans
© 2024 SES - Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Desenvolvido pela Assessoria de Comunicação Social.